Autoria de: Gabriel Nohá Carvalho Fonseca e Teotonio Reis da Silva
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Faculdade Integrada Brasil Amazônia, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem
Orientação de: Prof.ª Dra. Fabianne de Jesus Dias de Sousa
RESUMO
O envelhecimento populacional decorre de mudanças em alguns indicadores de saúde, entre os povos indígenas, o aumento ainda que tímido, do número de idosos nas últimas décadas, pode estar relacionado à melhora dos parâmetros de saúde desta população, consequentemente contribuindo para o aumento da expectativa de vida. Dessa forma, questiona-se as condições de vida e saúde no processo de envelhecimento dessa população. Este estudo teve como objetivo analisar as condições de vida e saúde, descrevendo seu perfil sociodemográfico. Estudo quantitativo, descritivo e transversal, realizado com 30 idosos indígenas, com idade a partir de 60 anos, de ambos os gêneros, e de diversas etnias, sendo esses, acolhidos na Casa de Apoio à Saúde Indígena (CASAI) do município de Belém (PA) no período de Outubro à Novembro de 2018. Foi aplicado um instrumento de coleta de dados adaptado da caderneta da pessoa idosa. Os resultados foram analisados utilizando a estatística descritiva com obtenção de frequência absoluta e percentual. Constatou-se predomínio do sexo masculino, na faixa etária septuagenária, casados, da etnia Tembé, com nenhuma escolaridade, com menor contato com a civilização urbana. Quanto às suas condições de vida, a maioria referiu serem ex-tabagistas, não consumiam bebidas alcoólicas, mas praticavam atividades físicas com uma alimentação adequada. Em relação às condições de saúde autorreferem seu estado de saúde entre “regular” e “bom”, acometidos por doenças crônicas não transmissíveis, utilizam medicação contínua para tratamento terapêutico e o chá como tratamento alternativo de costume de sua etnia. Concluímos que as condições de vida estão satisfatórias no que corresponde aos seus hábitos saudáveis, no entanto, foi observado que as condições de saúde necessitam de uma atenção maior, pois há idosos indígenas que autorreferem seu estado de saúde “regular” e “bom” apesar de estarem acometidos por doenças crônicas não transmissíveis, entre essas, a hipertensão arterial sistêmica e câncer de colo do útero. O estudo contribui para a comunidade científica da área da saúde, pois descreve o perfil sociodemográfico e as condições de vida e saúde da população idosa indígena, sendo uma fonte de informações para apontar aos possíveis fatores que possam indicar para um envelhecimento ativo e saudável dessa população.