Autoria de: Mirna Vanessa da Fonseca Souza e Vivian Mylla Costa de Sousa
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Faculdade Integrada Brasil Amazônia, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Biomedicina
Orientação de: Prof.ª Me. Cláudia Simone Baltazar de Oliveira
RESUMO
A manihot esculenta Crantz é considerada um alimento de importância mundial, já que possui uma grande fonte de calorias. As regiões norte e nordeste do Brasil são as maiores cultivadoras deste produto, sendo o sustento da população carente desta região, que gastam 10% de suas rendas (caso de famílias com remuneração inferior a um salário mínimo) na compra do produto. A manihot esculenta Crantz é classificada em brava e mansa. Ambas podem ser utilizadas para a produção de goma, tucupi, farinha, entre outros. Entretanto, mandiocas bravas necessitam de um processo de detoxicação antes do consumo, as mansas, pode ser utilizada diretamente em métodos caseiros. O seu consumo pode gerar intoxicação aguda, crônica ou envenenamento, pois é uma espécie cianogênica capaz de liberar HCN, o qual é associado a patologias como hipertireoidismo, neuropatia atáxica tropical, konzo, câncer gástrico e bócio. Este estudo tem como objetivo dosar a concentração de cianeto total em mandiocas comercializadas em feiras da região metropolitana de Belém, no qual foi alcançado por meio do estudo observacional, do tipo transversal analítico das raízes de mandioca distribuídas em Feiras A e B de Boxes selecionados por sorteio. Nas amostras ponderou-se a umidade, pH, sólidos solúveis e acidez titulável, além da dosagem de cianeto total e a sua diferença após processo de cozimento. Os resultados foram apresentados em gráficos e tabelas, com estatística descritiva demonstrada por média, mediana, desvio padrão, mínimo e máximo. As análises apresentaram variações, no qual a umidade teve resultados de 50% a 57%; pH entre 5,5 e 7,0; acidez titulável de 0,8% e 7% meq NaOH/100mL; os resultados obtidos após a concentração de cianeto antes da cocção de 32,7 e 27,3 mg\HCN/Kg e após a cocção de 21 e 16 mg\HCN/Kg. As raízes de mandiocas analisadas não são bravas, contradizendo o senso popular, uma vez que, ambas podem apresentar a coloração creme, branca ou amarelada. Conclui-se por meio das análises laboratoriais, que as raízes amarelas apresentaram-se mansas no processo de pré-cozimento, comprovando-se que no procedimento de cocção das amostras há grande redução de parte do teor de ácido cianídrico. Todas as amostras, de ambas as feiras, se apresentaram como venenosas antes e após o cozimento, favorecendo sérios riscos de saúde aos consumidores, por expressar valores elevados de HCN conforme a OMS.