Autoria de: Luany Cardoso dos Santos e Weylla Yanna Sousa Matos.

Orientação de: Prof.ª Dr.ª Amanda Gabryelle Nunes Mello.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Fibra, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Farmácia.

RESUMO


Os hormônios empregados em formulações contraceptivas são amplamente disseminados à escala global, e seus resíduos podem ingressar em águas superficiais por meio de múltiplas vias, abarcando a excreção fisiológica, processos metabólicos incompletos e a inadequada eliminação de fármacos não consumidos. Consoante às diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), os produtos farmacêuticos, notadamente os contraceptivos, estão categorizados como micropoluentes emergentes, e sua presença em águas superficiais está associada a potenciais impactos adversos sobre organismos aquáticos e a saúde humana. Foi conduzida uma revisão sistemática da literatura (RSL) com vistas a identificar estudos que abordassem a presença de hormônios sexuais no ambiente e seus efeitos. As questões orientadoras da pesquisa eram as seguintes: "Quais são as concentrações e os efeitos dos hormônios sexuais no ambiente?". Neste contexto, o presente artigo tem como objetivo apresentar as faixas de concentração e possíveis efeitos desses compostos no ambiente, com a finalidade de sensibilizar acerca da sua presença e dispersão ambiental. Com base na revisão e análise realizadas, é possível inferir que os hormônios mais frequentemente identificados em águas superficiais, subterrâneas e residuais são o Estradiol, a Progesterona, o Levonorgestrel e o Etinilestradiol. Em relação aos sedimentos, predominam o Estradiol e a Estrona, enquanto nos solos, destacam-se o Estradiol, a Testosterona e o 17-beta-Estradiol. No que concerne aos organismos aquáticos, observa-se uma predominância da Estrona, do 17β-Estradiol e do Estriol. As concentrações desses compostos situam-se geralmente na ordem de ng/L para as águas e na ordem de ng/g para solos, sedimentos e matrizes biológicas, sendo frequente a sua detecção na faixa de 0,01 a 100 ng. Importa ressaltar que as concentrações de hormônios em compartimentos ambientais variam em função da localização geográfica, do tipo de amostra e da metodologia analítica empregada. Em face do exposto, a presença de hormônios sexuais no meio ambiente emerge como um desafio global que demanda atenção urgente.